XVI CONVENÇÃO EMPRESARIAL DA CACISPAR
domingo, 22 de julho de 2018
MAÍLSON DA NÓBREGA, EX-MINISTRO DA FAZENDA, FALA DA IMPORTÂNCIA DA ELEIÇÃO PRESIDENCIAL DESTE ANO NA CONVENÇÃO ANUAL DA CACISPAR
Durante a Convenção anual da Cacispar, em Pato Branco, quinta-feira 19, o ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega palestrou para um público de 600 empresários do Sudoeste.
Para ele, o País viverá uma das mais importantes eleições de sua história recente. O País melhorou muito nos últimos 30 anos, mas tem vários desafios que poderão trazer novamente o terror da hiperinflação, colapso fiscal e outros problemas estruturais que custarão muito caro à sociedade, “um preço que não estamos preparados para pagar”, disse.
Para Maílson, hoje o Brasil tem mais a perder que em 1989, quando havia o risco de candidaturas populistas, de Lula ou Brizola, vencer as eleições. “O que está em jogo é a eleição de um brasileiro que tenha competência de realizar as mudanças estruturais que o País vai precisar no curto prazo.” Entre elas, na sua visão, está a reforma da Previdência, que está insustentável e vai consumir todos os recursos federais nas áreas de educação, saúde e outros, apenas para pagar aposentados, levando o País ao colapso. O Brasil tinha uma expectativa de crescer 3%, e hoje a realidade mostra um crescimento de 1,5%, o que é um desastre. Mas tem aspectos positivos, como as taxas de juros que estão baixas, permitindo mais crédito à população e, consequentemente, elevando o consumo responsável. “As bases para o País decolar estão formadas, com instituições fortes, que asseguram a transição pacífica de lideranças, sem a necessidade de golpes de estado para mudar os que estão no poder.”
Crise econômica
O ex-ministro da Fazenda lembrou que o Brasil está vivendo a pior crise econômica de sua história, provocado pelo desastre na gestão pública da ex-presidente Dilma, que dilapidou 8% do PIB e gerou 13 milhões de desempregados. “Mas, dependendo do vencedor das eleições, é possível retomar o crescimento, que na faixa dos 3,5 % ao ano reduz em quatro anos a taxa de desempregados para cinco milhões, que seria administrável.” O Brasil não está mais preparado para viver cenários como a hiperinflação de 1989, quando ela superou os 80% ao mês. “Mas este risco se corre caso um presidente mal-preparado vença, e não tenha pulso para as reformas da Previdência e o poder de articulação necessária para obter o apoio político e conquistar apoio da sociedade para as duras reformas que precisamos. Tudo isso nos levará a um ambiente terrível, combinando desgraçadamente inflação alta com recessão.” Este cenário é para o curto prazo, assim que o mercado perceber, após as eleições, que o presidente eleito não reúne estas qualidades.
Brasil não corre o risco da Venezuela
Maílson da Nóbrega acredita que o Brasil não corre o menor risco de viver cenários como o da Venezuela, porque tem instituições fortes, principalmente a imprensa, que é um dos pilares do estado democrático de direito. “Maduro é um destruidor, mas vencerá todas as eleições porque manda prender os adversários, fecha órgãos de imprensa que ousam criticá-lo. Este risco a gente não corre no Brasil por causa justamente da força de suas instituições, com uma sociedade que vai para as ruas e participa do processo de construção do País”, concluiu.
Cenários eleitorais na visão de Maílson da Nóbrega
São três os cenários possíveis para o Brasil nestas eleições, na visão de Maílson da Nóbrega.
Cenário I – Eleição de um populista
- Segundo turno entre candidato de esquerda e Bolsonaro.
- Cenário menos provável.
Cenário II –Sem Alckmin e Bolsonaro
- Segundo turno entre Marina e candidato da esquerda.
- Vencedor: Marina.
Cenário III – Bolsonaro se esvazia
- Segundo turno entre Alckmin e candidato de esquerda.
- Vencedor: Geraldo Alckmin (cenário mais provável).
Candidatos com baixas chances:
- Henrique Meirelles e Álvaro Dias
Nestes cenários, Maílson acredita que Alckmin tende a ser tornar o candidato com maior densidade eleitoral pela estrutura que trará à campanha, “que ainda são relevantes para o resultado das eleições”, afirmou.
Vai mais além e dá os três nomes com chances de chegar na corrida presidencial, que são Marina Silva, alguém do PT e Alckmin, que tende a chegar no segundo turno e tende a ganhar.
O PT está caminhando para lançar como candidato Fernando Haddad, mas é pouco provável que o partido se torne competitivo nestas eleições por tudo aquilo que aconteceu, que o levou a perder o apoio da classe média, que foi vital para sua eleição no passado.
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